04 dezembro, 2009

História da sandália Melissa


De onde viemos?
Meninas charmosas, de atitude, informadas sobre
temas como moda, comportamento e sustentabilidade e
interessadas em tecnologia e design (e, portanto,
apaixonadas por Melissa) não imaginam que a marca
trilhou um longo caminho pra chegar aos dias de hoje. Por
isso, preparamos uma mini-história e resgatamos alguns anos
marcantes na vida do acessório mais fashion do Brasil. Confira!

Era uma vez
Melissa nasceu em 1979, quando as sandálias usadas pelos pescadores
da Riviera Francesa se revelaram uma ótima inspiração para criar sapatos
estilosos, que, feitos de plástico, têm o objetivode ser uma alternativa ao comum.
O sucesso, desde então, foi enorme.Meninas e jovens mulheres cresceram tendo a Melissa como parte de suas vidas. De suas campanhas e filmes publicitários, fizeram parte atrizes, modelos e personalidades, como, por exemplo, a modelo Cláudia Schiffer. Há alguns anos, a marca, que redescobriu sua vocação fashion, passou a investir em parcerias com profissionais de várias áreas, como o estilista Alexandre Herchcovitch (um dos brasileiros mais renomados dentro e fora do Brasil), os designers Fernando e Humberto Campana e o badalado stylist inglês Judy Blame, famoso por seus editoriais para a revista ID e pelo visual de famosos como Boy George e Björk. Mais uma vez, Melissa conquistou o público, o que a levou a comemorar seus 25 anos (completados em 2005) com a criação de uma exposição que vai ficar na história da marcae também da moda brasileira: a Plastic.o.rama Made in Brazil, em que 90 profissionais de diversas áreas interpretaram a seu gosto um par original de Melissas, modelo Aranha 1979. A idéia fez tamanho sucesso, que acabou virando livro e também sete modelos usáveis, distribuídos ao público visitante do SPFW em sua 19ª edição. Outro marco na trajetória da marca é a inauguração da Galeria Melissa na rua Oscar Freire, em pleno circuito fashion paulistano, em agosto de 2005. O espaço, de vocação multidisciplinar, é ponto-de-encontro entre o universo da Melissa, coleções criadas por parceiros da marca com total exclusividade, lançamentos de produtos especiais e exposições ligadas a temas como design, fotografia, moda, beleza e tecnologia. Imponente graças à sua fachada supercolorida e constantemente renovada, a Galeria tem o jeito da Melissa: dinâmica, moderna e sempre buscando novidades para assim, em plástico, construir sua história.



Louca por novidades e apaixonada por moda, a Melissa esteve mergulhada em um universo que combina tecnologia e estilo desde que nasceu, em 1979. Veja aqui alguns de modelos antigos que, iniciaram a trajetória fashion da marca.

Melissa Aranha - 1979
Melissa Verão - 1980
Melissa Zig Zag - 1981
Melissa Dorotheé Bis - 1982
Melissa Rock - 1982
Melissa Jean Paul Gaultier - 1983
Melissa Dorotheé Bis - 1983
Melissa Elisabeth De Senneville - 1983
Melissa Thierry Mugler - 1983
Tênis Fiorucci - 1985
Melissa Fiorucci Cristal - 1985
Melissa Fiorucci - 1985
Melissa Fiorucci Cristal - 1985
Melissa Yes Brasil - 1986
Melissa Yes Brasil Mutation - 1987
Melissa Yes Brasil Channel - 1987
Melissa Aranha Yes Brasil - 1987
Melissa Zoomp Cruz - 1987
www.TudoMelissa.com.br

Melissas “inspiram” marcas internacionais

Estamos acostumados a ver brasileiros trazendo para suas prateleiras quase-cópias ou cópias mesmo de criações vistas lá fora. Mas, agora, o contrário também está acontecendo. O alvo é a Melissa, que, aliás, começou este ano a investir forte na internacionalização, com lançamentos assinados por Mrs. Westwood. Menos mal é que, com certeza, essas “cópias do avesso” vão ajudar no MKT das nossas amadas sandalinhas de plástico.

Especial: A moda nas tribos

EMOS: um novo estilo. Tudo sobre roupa, linguagem, maneira de estar.

04/08/ 2009

Foram-se os dias das patricinhas, dos góticos e neo-hippies. A nova tribo que está tomando conta das ruas das grandes cidades brasileiras são os emos. O nome vem de emotional hardcore, vertente do punk que mescla som pesado com letras românticas. Mas o que distingue os emos não é só a música, e sim as atitudes. Eles têm entre 11 e 18 anos e, nas roupas, são capazes de misturar as botas do punk, o colar de Wilma, a mulher de Fred Flintstone, e uma camiseta com a gatinha Hello Kitty. Não escondem os sentimentos, expressam abertamente suas emoções, preconizam e praticam a tolerância sexual. ‘Os emos têm um estilo de vida compatível com minha sexualidade. São menos preconceituosos’, diz o paulistano Rafael Adami, de 15 anos, que afirma já ter namorado meninos e meninas. ‘Gosto de meninas, mas isso não me impede de achar o estilo de outro cara legal’, diz o gaúcho Douglas Palhares, de 17 anos. ‘Nossa sociedade é discriminadora.’

O gênero emocore nasceu em Washington, na década de 80, para designar bandas que tocavam letras introspectivas, com batida pesada. Hoje, as principais são Good Charlotte, The Used e My Chemical Romance. ‘É uma vertente do hardcore, por sua vez fruto do punk. Mas os punks têm letras políticas, enquanto as composições emos falam do que os adolescentes sentem’, diz Marco Badin, dono da casa noturna Hangar 110. Essa é a chave do sucesso do emocore. Emos são expansivos. Gostam de trocar elogios, abraços e beijos em público. Ainda que não tenham um relacionamento, amigas emos se chamam de ‘maridas’. ‘As pessoas precisam cada vez mais dizer e ouvir um ‘eu te amo’. De nada vale ser o fortão’, diz o jovem emo Rafael.

Esse tipo de comportamento tem alarmado muitos pais. ‘Estranhei quando ele começou a pintar os olhos e as unhas’, diz Dalva Bonfim, mãe de Rafael, que afirma ser bissexual. ‘Fiquei deprimida quando ele me contou. Mas, mesmo sem aceitar, respeito a opção dele.’ Também há um enorme preconceito contra a tribo. Não é incomum que os emos sejam insultados ou até agredidos por outros jovens. Na Galeria do Rock, em São Paulo, onde se reúnem às sextas-feiras, são freqüentes arrastões em que a garotada, perplexa, é expulsa do local a tapas por punks mais velhos – supostamente, a inspiração dos emos. ä Os próprios donos das lojas desconfiam da presença infanto-juvenil, dizem que os emos espantam fregueses. Na escola, a discriminação também é forte. Um adolescente emo de um tradicional colégio paulista foi alvo de agressão dentro da escola depois de publicar no Orkut uma foto em que beijava um colega. Teve de sair da escola e hoje está em intercâmbio na Europa. ‘Na rua, tem gente que me chama de sapatão’, diz a emo Laura Battaglia, de 14 anos. Os comentários mais maldosos ficam para os meninos. ‘Já disseram que eu era gay e me chamaram de emocinha’, diz Bruno Tonel, de 17 anos, de São Paulo.Ele diz namorar uma garota emo e afirma não se importar em ter amigos sexualmente flexíveis.

Para Regina de Assis, doutora em Educação pela Universidade Columbia, a tolerância é o traço de comportamento que distingue os emos de outros jovens. ‘A atitude dos emos irrita outros jovens porque eles não temem os sentimentos, enquanto a maioria dos adolescentes busca afeto optando pela agressividade’, diz. Há várias comunidades no Orkut dedicadas a atacar os emos. Os nomes de algumas beiram o bizarro, como ‘Hitler também era emo’. Alguns fãs de música emocore afirmam que existem muitos ‘paraguaios’ – gíria usada pela turma para caracterizar aqueles que se fazem passar por emos sem entender nada da cultura. Muitos nem gostam da música, mas adotam as mesmas roupas e acessórios.

Confira algumas das características da tribo:

Gostar de música emocore. O estilo mescla a batida hardcore com letras românticas e poesias adolescentes
Viver na internet e no Orkut. Todas as bandas emo brasileiras colocam suas composições em sites
Ser emotivo. Os emos choram ouvindo músicas que falam de amores
perdidos e rejeição dos pais
Dar demonstrações explícitas de carinho. Meninos e meninas se beijam, se abraçam em público, seja com pessoas do sexo oposto, seja com as do mesmo sexo
Aceitar a opção sexual do outro sem preconceitos
Criticar pessoas violentas. Bater é altamente reprovável entre os emos
Escrever diários, poesias e músicas. Isso vale para meninas e meninos
Usar roupas que mesclam a rebeldia punk com os ícones infantis. Meninas e meninos usam rosa
Usar cabelos lisos com enormes franjas no rosto. Usadas somente de um lado, denotam certa ambigüidade sexual
Não curtir drogas
Lutar por um mundo sem violência, em que um dia todos se abracem sem parar.

Saiba quais são as roupas e os acessórios desses adolescentes

É facílimo identificar um emo, mesmo que você nunca tenha ouvido falar neles. A marca registrada está no cabelo, com franja usada em cima dos olhos, somente de um lado do rosto. O visual é a própria contradição da adolescência. “Ao mesmo tempo que demonstram rebeldia, que aparece no preto, têm também uma vontade de se manter na infância, daí os ícones infantis”, afirma a jornalista de moda Lilian Pacce.

ANOS 80 O tênis nacional Mad Rats faz sucesso nos pés dos emos.

REBITE Os cintos são usados por meninos e meninas.

WILMA FLINTSTONE Colares e pulseiras são inspirados na personagem.

BUTTONS Os emos adoram usar broches em bonés e mochilas.

INFANTIL A camiseta mescla rebeldia com um desenho fofinho.

Como outras tribos adolescentes, os emos têm linguagem própria:

Diminutivos – Trocam amor por amorzinho, lindo por lindinho, cão por
cãozinho, e por aí vai
Internetês – Conversam trocando letras e assassinando a gramática.
“Sabia que eu te amo?” se transforma em “Xabia q eu ti amu?”
Paraguaios – Ou emos “posers”, que não gostam da música, mas se vestem com as mesmas roupas da tribo
“Oi, lindo!”, “Oi, linda!” e “Que meeeigo!” ou “Que fooófis!!!”, “Ela é minha marida” são os termos mais usados pelos emos